Por Luciene Gomes em 03/05/2019.
Nos dias atuais se fala muito em disciplina positiva, alimentação comportamental, nutrição consciente, abordagens positivas de uma alimentação mais equilibrada e saudável para as famílias e, principalmente, para as crianças.
A disciplina positiva é baseada na filosofia e nos ensinamentos de Alfred Adler e Rudolf Dreikurs, com o uso de ferramentas que são, ao mesmo tempo, gentis e firmes, e ensina habilidades sociais e de vida.
A nutrição comportamental se baseia em princípios que a alimentação tem uma série de significados, que vão muito além de nutrientes, como respeitar crenças, pensamentos e sentimentos sobre a comida.
E pensando nessas duas abordagens, venho percebendo que, na prática, associar a nutrição de forma mais gentil e firme, com uma abordagem mais inclusiva e responsável, é uma das maneiras de obter excelentes resultados com as mudanças alimentares.
Percebe-se que os pais sabem da importância de uma abordagem mais gentil, no entanto, a prática é uma das grandes dificuldades encontradas atualmente.
Quantas pessoas dizem: “Sei do que preciso comer para o meu bem e sei que meus filhos não devem consumir determinado alimento”?! Entretanto, não encontram um equilíbrio entre o saber e o praticar. Então uma alimentação boa e eficaz, para manter a saúde, fica muitas vezes em segundo plano na vida de todos.
Como abordar de forma gentil e firme uma alimentação equilibrada?
Acho que o desafio é encontrar um equilíbrio em suas decisões e em suas ações.
Antes de querer ensinar nossos filhos, devemos nos ensinar, para que possamos realmente ser espelhos para eles, e não impor, evitando utilizar uma abordagem negativa. Essa é a grande mudança que podemos querer em nós e nossas famílias.
O primeiro passo para que eu realmente respeite meu corpo e faça uma abordagem positiva deve-se iniciar com os sinais de fome, apetite e saciedade. Essas sensações são fundamentais na regulação da fisiologia do comportamento alimentar.
Notas-se que muitas vezes consumimos determinados alimentos por gula, por estar gostoso, por estarmos num ambiente obesogênico, entre outros motivos. É preciso praticar, através de algumas técnicas, a observação dos sinais de fome e saciedade.
O que encontramos é um paradoxo, em que pais não respeitam os sinais de fome e saciedade de seus filhos, obrigando as crianças, às vezes, a comerem sem vontade, ou substituindo alimentos saudáveis por guloseimas, devido à criança não se alimentar bem.
Sei o quanto é difícil não ver seu filho comer o que realmente é importante, passo por isso às vezes em casa, mas a abordagem é fundamental para que o sucesso venha acontecer, com a aceitação de novos alimentos ou dos alimentos que as crianças já estavam acostumados.
Nessas situações, uma abordagem positiva, lúdica, e firme faz muita diferença com as crianças. Saber ensinar é uma prática que envolve respeito, criatividade e sabedoria. E como anda sua abordagem com as crianças? Qual é o tempo que gasta com a alimentação do seu filho? São reflexões que fazem o contexto de uma alimentação melhorar ou piorar.
Por isso gostaria de convidar vocês a pesquisarem mais sobre a abordagem da disciplina positiva, uma abordagem que é segura e nos faz realmente ver diferença no meio em que vivemos. Colocar em prática é um grande desafio para as famílias.
Aprender a escolher os alimentos, o que comer, quando comer, onde comer e com quem comer são aspectos que estão diretamente ligados ao comportamento alimentar. E quando eu penso em comportamento familiar é de extrema relevância a associação da disciplina positiva com a alimentação comportamental.
Aconselho você começar a pensar o que precisa fazer agora. Descubra quais são suas dificuldades alimentares. O quanto você precisa de ajuda para que suas mudanças e de sua família realmente venham ter o sucesso que tanto almeja?
Espero que essa reflexão faça sentido e diferença para você e que consiga mudar pequenas ações dentro de sua casa, melhorando a qualidade da alimentação de sua família.
Luciene Gomes – CRN09: 13675
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